Sou uma ghostwriter orgulhosa

Família e amigos tiveram alguma dificuldade em compreender. O que é muito natural. Afinal, escrevo, porque gosto de contar histórias. E, obviamente, quero ser reconhecida como uma boa escritora e uma boa contadora de histórias.

Aceitar projectos como escritora fantasma pode parecer, por isso, um contra senso. Mas não é (pelo menos para mim). Passar para o papel as ideias, as experiências, os sonhos de outras pessoas é motivo de orgulho.

Quando sou contacta para vestir a pele de ‘escritor secreto’, encaro o desafio com uma dose extra de brio. Aquela pessoa confia em mim para dar uma ‘voz’ literária às suas palavras. E isso dá trabalho, muito mesmo.

Ouvir com atenção. Colocar-me no lugar do outro. Encontrar o tom adequado. Definir o estilo apropriado. Criar uma narrativa fluída. Tudo tem de ‘bater certo’ para que aquela pessoa se identifique com a ‘sua’ história. Porque não sou eu, a Cláudia, que está ali naqueles textos. E tudo isto com a pressão acrescida de corresponder às expectativas dos leitores.

Para mim, enquanto escritora, é poder ‘viver’ vidas que não são a minha. Sentir, pensar e até agir como se fosse outra pessoa. O que me faz crescer e evoluir, a todos os níveis. Aprendo sempre qualquer ‘coisa’.

A falta de tempo, o pouco à vontade com o mundo das palavras e até a impaciência. As principais razões que me apresentam para recorrer a um profissional da escrita. Não julgo, nem critico. Quando quero uma tarefa bem feita e não estou apta para isso, também procuro ajuda especializada.

Sinto-me feliz quando sou a escolhida. Passo para o papel mais uma história.

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