Tamanho único

Há coisas que eu não compreendo. E uma delas é o ‘tamanho único’, tão famoso no mundo da moda. Na prática, são peças com um tamanho padrão, criadas com a intenção de vestir qualquer tipo de corpo.

A ideia parece boa. Afinal, uma camisola, umas calças ou uma camisa são desenhadas para vestir a maioria das pessoas comuns. Sem a pressão dos habituais XS, S, M, L, XL.

Será que é mesmo boa, a ideia?

Cada corpo tem as suas próprias características. E quando nós nos conhecemos bem, por dentro e por fora, podemos tirar o máximo partido delas. É verdade que para uns pode ser mais fácil e simples. Mas acredito que todos temos algo para valorizar e algo para aprender a valorizar. É preciso é saber o quê e como.

Não é um processo instantâneo. Dá trabalho. Implica erros e tentativas. Por um lado, a cada etapa, novos desafios. Por outro lado, a cada conquista, reforçamos o nosso potencial e a nossa capacidade de afirmação. É uma aprendizagem constante. O que nos permite, depois, saber o que vestir e como vestir.

Tal como no meu armário, também na minha escrita não há ‘tamanhos únicos’. O mesmo texto não veste todas as redes sociais. O mesmo conteúdo não fica bem a blogues e sites. E cada newsletter tem as suas próprias medidas.

Eu escrevo a pensar no meu cliente, no meu público, no meu leitor. Gostos, interesses, preocupações, sonhos, medos, dúvidas… Tudo conta na hora de costurar a mensagem. Só assim ele se pode identificar com a minha ‘peça’ e usá-la, com prazer.

Porque todos gostamos de nos sentir especiais.

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Sou uma ghostwriter orgulhosa