Avançar ou parar?
A eterna luz ao fundo do túnel. Esperança versus receio. Duas perspectivas, dois pontos de vista.
Para uns, a luz é sinónimo de saída, alternativa, solução. O início de algo novo e bom está próximo. Para ouros, a luz ainda está distante e o percurso para a alcançar é longo e inseguro. Muito pode e vai acontecer. Optimismo e pessimismo em lados opostos.
Tenho amigos que são optimistas irrecuperáveis. O mundo é sempre cor-de-rosa. O copo está sempre meio cheio. Tudo se consegue. E tenho amigos muito pessimistas. Vai sempre correr mal. Nem vale a pena arriscar. Há sempre um ‘mas’. Ambos têm o dom de me conseguir ‘irritar’, com alguma frequência.
Confesso que sempre senti dificuldade em definir esta luz. Não me identifico com nenhuma das duas atitudes. Porque para mim o mundo não preto e branco. Tem uns tons acinzentados, lá no meio, e até pode ser bem colorido, dependendo de quem o pinta.
Há uns anos, ouvi uma terceira versão (não me recordo onde). E encontrei a minha explicação para a luz. Nada mais simples do que um comboio que se aproxima. Por isso, o melhor mesmo é sair dos carris e ir para um sítio seguro.
Descobri que sou uma ‘realista’. Não é tudo bom, nem tudo mau. Não são só facilidades, nem apenas dificuldades. Não nego a realidade. Acredito na superação dos obstáculos e na criação de alternativas. Valorizo a capacidade de recomeçar e insistir, de aprender com os erros e evoluir.
Na prática, tudo depende de cada um de nós. O sentido do ‘mas’ é dado por mim e por si. Como se diz por aí, ‘não há mas, nem meio mas’. É fazer por.