NÃO

N+ã+o= Não. Com apenas 3 letras, escrevemos uma palavra tão pequena e tão poderosa. E, acrescento, tão mal amada.  

Quem gosta de ouvir um ‘não’? Quem gosta de dizer um ‘não’? Eu não. Assumo, sem complexos, que evito este vocábulo. Na escrita, na oralidade e até em pensamento.

O peso do ‘não’ é avassalador. Ele intimida, assusta, afasta, trava, barra, impede… Ninguém gosta de ver uma ideia, um sonho, um plano, um texto recusado.

A dificuldade em aceitar e enfrentar o ‘não’ complica bastante a vida. Aquele frente a frente com os limites incentiva a frustração. Tal como aceitar todos os pedidos e todos os projectos provoca desgaste. Eu que o diga.

“- Cláudia, a promoção não é para ti. Ainda não é o momento.”

“- Cláudia, preciso que me escrevas um texto para o site. Fazes isso num instantinho.”

Lidar com a rejeição não é um processo simples. A sociedade, a família, o ambiente de trabalho. Tudo e todos querem agradar e ser agradados. Não é possível. Não é saudável. Por isso, aprender a ouvir e a dizer um ‘não’ foi e é essencial para o meu crescimento, pessoal e profissional.

Se no início uma recusa era o fim do mundo. Não, porquê? O ‘defeito’ é meu? Depois percebi que era uma escolha. Eles tinham o direito de responder ‘não’. Reconhecer e aceitar esse limite imposto permitiu-me evoluir. Compreendi que podia sempre procurar alternativas.

E se o som da palavra me incomodava, quando tinha de a pronunciar tudo se complicava. Assumir o papel do ‘mau’ e dizer ‘não’. Pois, mas não se trata de ser agradável. É preciso, é necessário, saber fazê-lo. Porque eu tenho o direito de recusar, sem sentir culpa. Todos temos.

Os ‘nãos’ da vida podem ser os nossos melhores aliados ou os piores inimigos. Na prática, eu posso transformar um pequeno ‘não’ num grande ‘sim’. É tudo uma questão de equilíbrio e perspectiva.

E SIM, a decisão final é minha.

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