Porque…
A resposta não está sempre na ponta da língua. Pelo menos, na minha não está.
Na hora de ir para a faculdade, escolhi Jornalismo.
“Porquê? Direito dava-te mais estabilidade.”, argumentaram os meus pais.
Na hora de definir uma área de especialização, optei por Imprensa.
“Porquê? Televisão ou rádio proporcionavam-te mais saídas.”, opinaram os meus pais.
Na hora de escolher um local para estagiar, seleccionei um jornal diário desportivo.
“Porquê? Num generalista, podias experimentar economia, política.”, comentaram os meus pais.
Porque era o que fazia mais sentido para mim. Não tinha argumentos de ‘peso’ para apresentar. Não pesquisei dados estatísticos ou opiniões ‘conhecedoras’ para apoiar as minhas decisões.
Baseei-me nos meus sonhos. O meu gosto pela leitura e pelas letras, o meu ‘jeito’ para escrever e, sobretudo, a minha vontade foram as minhas maiores motivações. Era aquilo que eu queria fazer, experimentar.
Pode parecer pouco para justificar decisões tão importantes para a minha vida, para o meu futuro. Muitos dirão que é preciso ponderar os prós e os contras, medir e pesar as vantagens e as desvantagens. Eu tentei fazer isso, mas não resultou comigo. Não somos todos iguais.
No final, segui o meu caminho, aquele que eu defini para mim. As minhas respostas não eram concisas, nem precisas. Consigo vê-lo, hoje, a esta distância. Mas os meus pais souberam ouvi-las e, sobretudo, respeitá-las.
Às vezes, mas só às vezes, o famoso ‘porque sim’ parece-me uma óptima resposta.