Um estranho hábito

O fim é o ponto de partida. A primeira página de um livro que eu leio é a última. Porquê?

Porque se o final da história não me cativar, aquela excitação inicial desaparece. É assim desde que me lembro de ser uma ávida leitora. A forma como o autor remata a trama tecida, ao longo das páginas, é decisiva para mim.

Aquelas últimas frases revelam tudo e nada, ao mesmo tempo. São a porta aberta para a minha imaginação se deixar levar. Sem dar por isso, mil e uma ideias começam a espreitar e uma súbita vontade de ler ganha vida.

Para quem está de fora, não faz sentido. É o que me dizem. Sim, é um hábito ‘peculiar’. É um hábito diferente do convencional. Mas funciona comigo. Influencia a maneira como eu vejo o livro, como eu sinto a história. E, sobretudo, alimenta a minha criatividade e desperta o meu interesse.

Compreendo, agora, que são estas pequenas particularidades que nos tornam especiais. Dão um toque pessoal às nossas ‘manias’ mundanas. E ajudam-nos a trilhar o nosso próprio caminho criativo.

Na hora de escrever, são os detalhes que fazem diferença. É a minha visão do mundo que se reflecte na minha escrita e a torna tão minha. Afinal, fazer diferente é criar com liberdade.

Na vida e na escrita, todos podemos (e devemos) ser originais.

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